segunda-feira, 6 de novembro de 2006

ab ortus ,em latim, significa privação do nascimento. A questão fundamental nesta discussão é saber se uma mãe (sendo que o pai é, injustificadamente, esquecido nesta discussão) tem o direito de decidir se o seu filho deve nascer. Não se trata de dispôr do próprio corpo, trata-se de dispôr da vida de um ser que ainda não nasceu, mas que já existe e que se está a desenvolver. É, obviamente, uma vida que está em causa, porque a vida transmite-se dos pais para os filhos, não começa às 10 semanas de gestação, começa na sua concepção. E é ponto assente que, hoje em dia, os meios para prevenir a gravidez estão mais do que massificados e o acto sexual inerente a uma gravidez é um acto de livre vontade (com excepção da violação) de duas pessoas, sendo que o aborto pode vir a tornar-se num método de desresponsabilização vil.
Quando discutimos a possibilidade de uma criança nascer indesejada, ou sem a possibilidade de se desenvolver num ambiente familiar adequado, teremos de discutir a problemática da adopção. Uma mãe que não quer um filho pode entregá-lo para adopção, e é aí que o estado deve apostar, facilitando esta e acabando com o inferno burocrata actual do mecanismo da adopção que afasta as famílias desta possibilidade. Isto sim, devíamos dicutir, não uma práctica que penso que todos consideramos aviltante e cobarde.
Por outro lado, não poderemos desejar uma situção idêntica à americana em que 1 em 3 "gravidezes" são abortadas, sendo que eles não têm os problemas de natalidade que nós temos, e que são graves. Convém também desmistificar a ideia de que a mulher que aborta é pobre e tem muita pena do que faz. O ser humano é capaz dos actos mais selvagens e egoístas, e o aborto vai ser utilizado por mulheres que, por e simplesmente, não lhes dá jeito ter um filho. O aborto será também um negócio, aliás os hospitais públicos não têm capacidade para responder aos pedidos que lhe chegarão, sendo que os abortos serão feitos essencialmente por clínicas privadas.
Voto não porque acredito que a vida tem de ser respeitada, desde a sua concepção até à morte, porque acredito que a melhor forma de encarar o problemas das crianças indesejadas não é a sua eliminação mas o seu encaminhento para onde são desejadas, porque acredito que o aborto é um retrocesso civilizacional, é uma desistência do sistema, é um baixar os braços de todos nós, é instituir a crueldade e porque acredito que nós todos mercemos uma opurtunidade de, no mínimo, viver...

3 comentários:

  1. "o acto sexual inerente a uma gravidez é um acto de livre vontade (com excepção da violação) de duas pessoas"

    E se for neste caso que o Areias contou-me e que sucedeu à uns dias em que ele foi a uma gay parade porque as jolas lá eram baratinhas e bebeu tantas que no dia seguinte acordou com o rabinho assado, com um frasquinho de vaselina na mesa de cabeceira e uns boxers que não eram seus no candeeiro, será isto também um acto sexual visto não ter sido de livre vontade tendo em conta que ele estava bebado??

    Desculpa lá Areias mas já sabias que aquela montagem minha no corpo do Beto com uma camisola do SLB daria nisto...

    ResponderEliminar
  2. CÓDIGO PENAL

    PARTE ESPECIAL
    TÍTULO I
    DOS CRIMES CONTRA AS PESSOAS

    CAPÍTULO VI
    Dos crimes contra a honra

    ARTIGO 180.º
    (Difamação)

    1- Quem, dirigindo-se a terceiro, imputar a outra pessoa, mesmo sob a forma de suspeita, um facto, ou formular sobre ela um juízo, ofensivos da sua honra ou consideração, ou reproduzir uma tal imputação ou juízo, é punido com pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 240 dias.

    P.S- Não percebo como é que consegues passar no "Word verification"...

    ResponderEliminar
  3. Eh lá, estamos muito violentos sr. Areias...

    1º - "sob a forma de suspeita, um facto" neste ponto só estamos de acordo na parte "um facto" porque o que eu relatei era veridico

    2º - eu não te acusei de nada... eu disse "o Areias", e por ai há muitos Areias

    3º - "é punido com pena de prisão até 6 meses" por acaso vinha mesmo a calhar, se fosse possivel até mais que 6 meses! era da maneira que não tinha que suportar mais esta m*rd* de aulas que temos tido! pelo menos sempre tinha tempo para ler "A Bola" descansadinho enquanto sentadinho na retrete!

    Quanto ao "word verification"... só consegui passar por esta armadilha que a Inês nos pregou procurando corresponder as letras do desenho às letras do teclado e mesmo assim ainda demoro uns bons 15minutos

    ResponderEliminar